VERY BRITISH...

Um grupo de investigadores italianos acredita que a homossexualidade masculina é hereditária. Para equipa da Universidade de Padova, é a própria natureza que faz com que as mães passem, através do cromossoma X, um "traço gay" aos seus descendentes masculinos.Esta "transmissão" manterá a herança "gay" viva, dizem os investigadores ao jornal da Royal Society's Biological Sciences, que publica um artigo dedicado ao assunto.Mas os críticos desta teoria, citados pela BBC Online, argumentam que "o gene gay" já teria desaparecido tendo em conta que os casais homossexuais não procriam.Os investigadores italianos admitem ao jornal que há controvérsia sobre se a orientação sexual é uma questão relacionada com a escolha ou não.Segundo a BBC, em 1993, uma equipa de investigadores americanos sugeriu que a homossexualidade masculina passa de mãe para filho depois de ter descoberto fortes padrões hereditários em árvores genealógicas.Andrea Camperio-Ciani e a sua equipa argumentam ainda que os factores genéticos que favorecem a descendência homossexual masculina podem tornar as mulheres mais férteis. "Os nossos dados resolvem este paradoxo mostrando que podem haver vantagens reprodutivas associadas com a homossexualidade masculina", diz o investigador.A equipa estudou 98 homossexuais, 100 heterossexuais homens e os seus familiares, numa amostra que juntou 4600 pessoas. Os familiares femininos do lado da mãe dos homens "gay" tinham mais descendência que as mulheres do lado do pai. Esta conclusão sugere que as mulheres que, em teoria, passam os traços homossexuais para os filhos são mais férteis. Em comparação, as familiares do lado da mãe e do pai dos homens heterossexuais não eram tão férteis.Os investigadores acreditam que esta ligação entre a homossexualidade e a fertilidade está ligada ao cromossoma X das mulheres. A equipa faz uma ressalva para afirmar que esta teoria não explica a maioria dos casos (80 por cento) e que há factores culturais que importa considerar. "Parece claro que as nossas descobertas, se confirmadas por investigações posteriores, são apenas uma peça nesse grande puzzle que é a sexualidade humana", afirma Camperio-Ciani.